(...)
Por causa da nossa compaixão, não gostamos de ver as pessoas sofrendo. Do mesmo modo, nossos instintos buscam prevenir e aliviar o sofrimento. Sem dúvida, é um bom impulso. Mas, se quisermos de fato alcançar os que sofrem não devemos oferecer nossa "ajuda" com a presunção de que podemos consertar a situação, pôr termo a ela ou torná-la "melhor". Antes de nos precipitarmos em consertar o sofrimento, precisamos nos lembrar de algumas coisas.
Em primeiro lugar, não importa quão compreensíveis sejamos, não compreendemos verdadeiramente a total natureza dos problemas dos nossos amigos. Em segundo lugar, nossos amigos podem não querer nosso conselho. Em terceiro lugar - o lado irônico da questão-, é que na maioria das vezes as pessoas não sofrem menos quando estão comprometidas em seguir a Deus: é comum que sofram mais. Quando elas passam pelo sofrimento, a vida é transformada, aprofundada, marcada com beleza e santidade de modos memoráveis, jamais previstos antes do sofrimento.
Assim, em vez de insistir na prevenção do sofrimento - uma vez que não teremos muito sucesso mesmo -, talvez devêssemos entrar no sofrimento, participar dele à medida que nos tornamos capazes de adentrar o mistério e procurar por Deus. Isso quer dizer que precisamos parar de nos sentir tristes pelos que sofrem.
Quando olhamos para o sofrimento, a oração e o louvor de Jó, vemos que ele já abriu um caminho de coragem e integridade para seguirmos. (...)
- Eugene H. Peterson, A MENSAGEM - Bíblia em linguagem contemporânea. Introdução ao livro de Jó.
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